A Arte na Educação do Pré-escolar
Plástica e Música
A educação em arte, assim como a
educação geral e plena do indivíduo, acontece na sociedade de duas formas:
aa) a) Assistematicamente
(através dos meios de comunicação de massa e das manifestações não institucionalizadas
da cultura, como as relacionadas ao folclore, - entendido como manifestação
viva e em mutação, não limitada apenas à preservação de tradições -);
e
b) b) Sistematicamente,
(na escola ou noutras instituições de ensino público, cooperativo ou privado).
A arte na educação tem um
objetivo maior, do que apenas, a formação de profissionais dedicados a esta
área de conhecimento.
No âmbito da escola regular,
busca oferecer aos indivíduos condições para que ele compreenda o que ocorre
nos planos da expressão e do significado ao interagir com as artes, e assim permitindo
dessa forma, sua inserção social de maneira mais ampla.
Nesse sentido, os museus,
galerias de arte ou outros espaços personalizados e dedicados às artes, são uma
ferramenta muito útil para a observação de uma forma mais condensada e intensa
de diversas manifestações artísticas - sejam elas da contemporaneidade ou não.
Á medida que as crianças crescem,
e integram de forma adequada o ensino inicial básico infantil (Pré-escolar), estas
começam a criar universos de realidade nas suas brincadeiras. Ao pintar com
cores fortes e vivas, pinceis grossos, riscar com lápis de cera, de cor, carvão
e outros meios de execução de rabiscos, ou simplesmente com as mãos; ao modelar
o barro e sentindo-o húmido entre os dedos; ao escutar uma música ou ao Trautear/cantar
uma canção, desenvolvem-se experiências e percetivas sensoriais indispensáveis
para a maturação emocional individual.
Consoante a natureza e
profundidade dessas vivencias, estimulam-se processos formativos que estão
implicados no desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade e da expressão.
É por isso, importante focar, de
que, diferentes aspetos da arte dirigida às crianças com Necessidades
Educativas Especiais (NEE), deve-se dar prioridade à parte percetiva e
sensorial.
Não quer isto dizer, e muito bem,
que as atividades não possam ser aplicadas a todas as crianças; pelo contrário,
um bom estímulo desenvolverá capacidades múltiplas que lhes proporcionarão um
sem número de habilidades necessárias para serem felizes e se integrarem plenamente
no meio que as rodeia.
Apresentação da obra às crianças
Mostrar a pintura às crianças explicando que o seu autor quis pintar um quadro que pertencesse ao estilo “abstrato” por isso nele não existem figuras bem definidas, mas, sim uma composição cheia de cores, formas, figuras geométricas, contrastes de cores vivas e negros, manchas e linhas em todas as direções. O pintor deu esse nome ao quadro como se fosse uma música. A respeito; dizia: «Nas cores há contraponto como na música».
Atividades que
habitualmente desenvolvo…
As crianças falam sobre as
formas, as linhas, as cores que se veem no quadro. A criança cega não pode ver
o quadro, mas pode senti-lo através do(a) educador que pode guiar os seus dedos
e percorrer as diversa formas que compõem a obra; passa a sua mão sobre as
superfícies de cor, que devem ser acompanhados com efeitos, como soprar, passar
uma textura suave ou rugosa; colocar gotas de essências conforme as cores por
exemplo: limão para o amarelo, laranja para o alaranjado, chocolate para o
castanho, cravo para o vermelho, jasmim para o branco, lavanda para o azul,
pinho para o verde, rosa para o cor-de-rosa… (devemos manter sempre os mesmos
odores correspondentes ás cores que nos servirem de referencia). Depois, tendo
as cores bem interiorizadas cada um com o seu recipiente, pintará com as mãos
seguindo os ritmos sobre o papel.
Podem fazer-se moldes cujos
bordos serão curvos ou rectos consoante o tipo de linhas (curvas, quebradas…)
que se perceberam no quadro; com esponjas, pinta-se com tintas, espalhando a cor
do molde para fora. Levanta-se o molde e ficam pintados na folha de suporte, os
bordos deixados pelos moldes e um esbatimento de tinta.
Outra proposta para que as crianças
cegas conheçam as obras é picar com um furador ou agulha fina as linhas
principais de uma pintura... Desta forma ficará em relevo, como se fosse braille....
Pode ser sobre cartolina, colocando a obra por cima, ou sobre uma folha de
alumínio não demasiado grossa, podendo assim realizar-se linhas com pontinhos e
linhas diretamente em relevo para diferenciar as suas texturas. Se limitarmos
bem as formas, sem excesso de detalhes, a criança poderá aceder, com as
explicações do educador(a) ou dos pais, a uma imagem das principais obras da
pintura.
Johann Sebastian Bach, de August Macke (Alemanha, 1887-1914)
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