O
risco e o rabisco no papel como Linguagem Humana
Numa etapa do
desenvolvimento por volta dos 2, 3, 4 anos máximo, as crianças em geral,
demonstram um grande interesse em registar as suas ideias por meio de riscos e rabiscos
gráficos.
Fazem uso de uma gama
imensa de recursos riscadores, que resulta em ricas imagens, constituídas de
beleza e histórias imaginárias.
Sem perceber, no momento
de desenhar riscos e rabiscos, a criança transporta para o papel, o seu estado
anímico em todos os detalhes. Se Analisarmos os desenhos feitos pela criança, encontramos
familiaridade nos traços e formas de ocupar o papel.
Através deles, conseguem
refletir o seu mundo físico e psíquico, factos de um passado recente e do presente,
e que podem apontar-nos para direções futuras, até para problemas latentes e
existenciais.
Os desenhos que as
crianças fazem, falam-nos muito da sua personalidade própria, e os riscos e
rabiscos, as cores, ou até a posição sobreposta das formas desenhadas no papel,
dão-nos pistas fundamentais de como veem o mundo nas mais diversas atividades e
ambientes, e acima de tudo, como se veem a eles próprios e aos que com ele
coabitam diariamente na sua existência humana. Assim podemos perceber que nas
mais diversas atividades humanas, o desenho de riscos e rabiscos, encontra-se
presente no quotidiano de uma criança. Acima de tudo, devemos valorizar a prática
do desenho para que todas as crianças tenham a oportunidade de vivenciar essa
linguagem universal e ao mesmo tempo muito própria de cada uma.
“Observe e demonstre
interesse pelos riscos e rabiscos, desenhos dos seus filhos. Ao fazê-lo estará
a aumentar a sua autoestima (criança) e desenvolvimento interpessoal.”
Guarde algumas dessas “Obras
de Arte” datadas na altura em que foram realizadas, para que, um dia mais tarde,
“os recorde” com Ele, e lembre-se de que nenhum risco e rabisco foi feito ao
acaso, nenhum traço de cor foi mal aplicado, mas sim, é da sua maneira de
interpretar o mundo.
“O desenho é uma linguagem muito antiga do Homem e faz parte da vida humana…”


